sábado, 28 de janeiro de 2012

“Understanding the Artmaking Process: Reflective Practice”

Na aula de Didática das Artes Plásticas, de dia 17 de Outubro analisámos o texto de Sydney Walker, que, como o título refere, se debruça sobre o acto de criação artística, enquanto resultado de um processo de reflexão, que sendo aplicado o torna mais relevante, coerente e significativo.
Este processo de trabalho, e também caracterizado por ser progressivo, e por se alimentar de alguns retornos, fornecidos quer pelo autor, quer por outros sujeitos ou contextos que sobre ele permitem uma nova visão para o projecto.
Baseado no processo de trabalho de variados artistas, de campos distintos, vão ser analisados o processo de trabalho, e o significado atribuído ao trabalho no início deste processo, tentando elaborar-se uma conceptualização, que sirva para os novos professores, aprendizes de arte.
Para essa conceptualização concorrem alguns factores que são assinalados no texto, como sejam a presença de uma ideia forte, baseada em conhecimento e ligações pessoais – “(…) conflate big ideias with their own personal identity”, pág. 9 – e que vai ser trabalhada no processo artístico, com estratégias e definindo os seus limites (boundaries). A este processo inerente, essencial uma capacidade reflexiva sobre o sujeito, contexto e sobre o seu própro trabalho – o próprio trabalho sobre as suas ideias, referências vão modelar o trabalho e torná-lo mais significativo – “(…) by thinking about what she is doing while doing it, in such a way as to influence further doing.”
É também referido no texto, outro conceito, que me parece importante no processo artístico: o de processo aberto (ou fechado), quando há por parte do sujeito uma não delimitação do seu trabalho, à partida. Neste caso, como refere o texto, há uma maior possibilidade de significância, qualidade e satisfação quando o autor. Como se refere no texto na página nove: “(…) some students kept their options open throughout the artmaking process with openess to seeking new solutions rather than relying upon more obvious and normative possibilities(…)”.
Esta abordagem reflexiva é que pessoalmente, como no texto, concebo como mais enriquecedora e coerente com o processo artístico, enquanto reflexão sobre o real-sujeito-contexto, um pouco numa abordagem construtivista e actual da arte, que também podem ser vistas como ciclos de construção-desconstrução-reconstrução, segundo McCarthy and Sherlock[1] (página 11). 
Apreciei também uma outra passagem do texto que refere o processo artístico enquanto prática de reflexão independentemente do nível de ensino (limitando-se a aproximação mediante o estágio de desenvolvimento do indivíduo), e propósito do lemos na página 7: “(…) The difference is in degree not kind”[2].
Enquanto aluno e professor penso que o método de busca e construção do conhecimento, reflexão do real e construção do indivíduo deve contemplar este circuito de retorno, reformulação, experimentação que lhe permite um desenvolvimento mais sustentado e uma pressecução deste sentido crítico, de forma mais musculada e desenvolta nos períodos de aprendizagem posteriores, pelo que deve ainda que de forma simplificada, ser aplicada em todas as áreas do conhecimento, em todo o percurso do aluno/indivíduo. Esta dinâmica encontra na escola o ambiente ideal para ser adquirido.




[1] O autor cita McCarthy, P and Sherlock, G. (2001). Drawing: an image making approach. Journal of art and design education, 20(3), 346-348.
[2] O autor cita Barkan, M. Transition in art education: changing conceptions of curriculum content and teaching. Journal of Art Education, 15(7), 12-18.


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Reflexão de 26 de Setembro - DAP II

Na aula foi abordado o texto 3 – “Teacher as artis & artist as teacher” de Jerome Hausman – que serviu para a turma discutir algumas questões nomeadamente a ligação entre a afectividade e a prática lectiva em Artes Plásticas. Referiu-se que o ensino da Arte possibilitaria uma maior exploração das emoções, e uma própria reflexão sobre o “ser” interior de cada um. Parece-me que a boa relação entre aluno e professor é sempre desejável e essencial para poderem ser veiculados conteúdos, princípios, valores, que fazem parte integrante da aprendizagem. Tal não é incompatível nem difícil de estabelecer no ensino de outras disciplinas, mas tratando-se do ensino de arte, encontramos aí um terreno fértil para o seu desenvolvimento. Seja encarado o ensino artístico como um conhecimento da realidade, história – cultura visual e artística – e não o mero treino de capacidades técnicas. Este é o essencial da realização e transformação que ocorre no aluno, através a arte, e que deve ser acompanhada de ferramentas, para que possa este materializar as suas ideias e concepções do mundo.
A propósito desta materialização foi referido também que esta é uma das dificuldades frequente no ensino das artes, pois o imaginário que o aluno concebe na maioria das vezes não acompanha a sua capacidade técnica. Como se pode ler no texto: The “clearly formed image” in one’s mind is often times the source of frustration when the medium being used does not lend itself to that “image”». Há portanto que lidar com o erro pois este é frequente e forte inibidor do desenvolvimento e interesse do aluno, sobretudo em disciplinas artísticas. Para tal contribui a crença do “jeito” ou natural aptidão, que deve ser desde cedo ser contrariada, quer pelos reforços positivos e aceitação das nossa incapacidades iniciais, ou como em outras disciplinas, através da implementação de uma cultura de esforço, de treino, de conhecimento do que foi feito, e da sua interpretação / contextualização – como referi a propósito do manifesto pessoal elaborado para a disciplina de Didáctica das Artes Plásticas I. Para tal também deve o ensino artístico ser encarado como um processo em que as imagens que se visualizaram, discutiram e que se formam um corpo de conhecimentos que contribui para o desenvolvimento da ideia individual, com crítica pessoal e que vem numa fase seguinte a ser trabalhadas e materializadas. Unindo-se a teoria com a prática, e entendendo que o resultado final depende quer de uma componente quer de outra, e que ambas são fulcrais para o resultado final - e apenas tem sentido juntas - o aluno chega a um resultado significativo porque pessoal e fruto de reflexão e transformação pelos suportes. Como refere o autor, este processo é essencial pois a matérias das ideias não vai ser a matéria dos resultados: «The final image is usually not what may have been envisioned at the start. After all, the image “painted” within one’s mind has been created in a different “medium” than is the case when one uses paints and brush.»(p.16)

Outro dos pontos que se relacionam com esta capacidade que devemos incutir nos alunos, será a prática artística do professor – tema retomado no texto da aula seguinte. O processo artístico, deve na minha opinião ser encarado com um desenvolvimento do docente, que o ajuda no seu desempenho perante os alunos, estando assim a ele próprio desenvolver um processo de busca e confronto consigo e com o real – o mesmo que ele próprio vai suscitar em aula. Deve o professor, para mais solidamente leccionar, recriar e adoptar ele as práticas e processos, que quer ver desenvolvidos com os alunos, bebendo estes do seu exemplo de postura perante arte e conhecimento e geral – o professor desafiador desafia-se a ele próprio. Como é referido no texto “The teaching of art necessarily involves a demonstration by the teacher of the very values and attitudes that are being encouraged” (p.15).

Reflexão de 19 de Setembro - DAP II

Na aula foram abordados os dois primeiros textos sobre os quais se procedeu a uma reflexão conjunta, um debate sobre a sua interpretação e apresentação de exemplos e posturas pessoais, os quais enriqueceram a opinião individual de cada um dos alunos.
No segundo texto como problemática central parece-me que o autor advoga um não condicionamento dos alunos, de forma totalitária, no processo de ensino-aprendizagem. A parábola da pequena história com um monge budista e o seu aprendiz, revela-nos isto mesmo. Penso que devemos deixar uma boa margem de autonomia ao aluno na aprendizagem e no processo que conduzimos. Isto porque em ultima instância estamos a incentivar essa autonomia desde cedo, permitindo ao aluno corresponder aos desafios futuros, com mais competência.
Por outro lado jogamos também com as expectativas e a interpretação que muitas vezes não são coincidentes entre professor e aluno. Deve também este último tornar o seu processo significativo, e esse passo deve ser dado por si próprio.
Foram ainda abordadas as questões colocadas no enunciado dado pelo professor. Muitas destas são coincidentes e encadeadas, e assim como conclusão pessoal entendo que pode haver uma distinção entre o professor e o artista, mas que deve o indivíduo ter uma boa formação artística para poder com eficácia ensinar. Deve deter um bom conhecimento, seja qual for o nível no qual trabalha, e esse conhecimento deve em muito superar aquele cujo nível em que se pretende que os alunos se situem depois desse ciclo de aprendizagem.
O seu domínio artístico, ou científico ou técnico, pois todas estas facetas são integrantes do conhecimento, são fortalecidas no meu entender pela prática profissional, que não no ensino. Pois essa contaminação é útil para ser transportada para a escola. Se a carreira de professor é mais ou menos compatível com a prática artística, podemos aferi-lo caso a caso, gerindo também as expectativas que cada indivíduo constrói para si, ao logo dos anos. Sem dúvida a questão do tempo que dedica a uma actividade retira tempo à outra, mas devem coexistir pois complementam-se.
A prática artística pode conduzir, como deve, a uma busca e a uma evolução do indivíduo, tal com se quer que o professor se mantenha actualizado. Referi e concordo com uma postura do professor semelhante àquela que quer incutir nos alunos, com a busca e desenvolvimento contínuo. E para tal parece-me de todo coerente com o exercício da prática artística, em paralelo com a actividade docente.
Foi ainda referido que muitas vezes a formação artística dos professores não privilegiava a pesquisa e a formação técnica, nomeadamente nas escolas superiores de educação, bem com a nível universitário se encontram algumas lacunas relativas ao domínio de tecnologias ou relações com o mercado, e noções de inserção da arte na sociedade. Exige-se do professor uma contextualização da arte em contexto real, e não um mero desenvolvimento de teorias, que depois enviesam e enfraquecem as capacidades dos alunos para se inserirem em círculos fora dos estabelecimentos de ensino.

No meu caso pessoal, tendo uma formação que não se relaciona directamente com os programas e disciplinas que tenho leccionado, encontro pontos fulcrais de abordagem artística no percurso académico na licenciatura em arquitectura, ainda que encontre lacunas que deverei colmatar, e que devo desenvolver agora. Uma capacidade de organização, de aquisição de método de trabalho, e depois mesmo com a prática profissional uma relação com o contexto real que posso relatar, e que me permite encarar o ensino de uma outra forma. Considero assim bastante positivo que a formação dos professores seja específica em determinada área, e que depois seja enriquecida com abordagens de pedagogia e de didática.
Um outro aspecto que é abordado nos texto e que já foi referido – o das expectativas – diz respeito à satisfação pessoal que um artista pode encontrar no ensino. A lógica de ter profissionais não vocacionados para a práctica lectiva, e que encontram na docência uma oportunidade laboral, foi incentivada no passado por força da abertura do ensino, da sua massificação, mas também por alguma incúria das entidades responsáveis. Esta é sem dúvida uma profissão de recurso para alguns. No meu caso pessoal foi uma primeira experiência positiva, e um prévio descontentamento com as oportunidades laborais, que me levaram à docência, mas há sempre, com ocorreu comigo, uma possibilidade de encontro com os valores e perfil pessoal, que nos surpreendem e acabam por levar a um gosto pela profissão, pese a sucessiva descredibilização que as instâncias políticas desferem na classe, e a sua pouca remuneração. Será por este meio que se filtram os que realmente não têm vocação? Não creio.
Encontro valores de dedicação ao outro, de esperança na construção de um futuro e de uma sociedade melhores, na actividade docente, e estas só por si são uma verdadeira dádiva, que todos os dias podemos receber. Muitas das dúvidas, no meu caso pessoal, são, colocam-se por uma instabilidade laboral e pela falta de condições que são dadas para que se possa efectivamente trabalhar com rendimento, com resultados sólidos.
Creio que é muito fácil identificar um bom professor, que tenha alguma paixão, gosto, dedicação, preste-se-lhe alguma justiça e respeito. Assim penso que o dilema entre a prática lectiva e a prática artística não são uma verdadeira questão para aqueles que estão no ensino, ou que mais tarde encontram no ensino uma actividade que os preenche como indivíduos. A questão prende-se com a gestão de tempo entre as duas actividades, mas apenas uma rouba tempo a outra, se considerarmos uma menor que outra, e não as entendermos como complementares. Ambas requerem capacidades diferentes.
A capacidade de comunicar a nossa experiência é sem dúvida condição para um bom desempenho de qualquer professor, lembremo-nos que estamos a trabalhar para os alunos, e o nosso trabalho apenas tem sentido se possibilitarmos, pesem todos os contratempos de vário tipo, a melhor aprendizagem que nos seja possível. À nossa experiência artística some-se uma capacidade de estabelecer uma boa relação de afectos, desafio, inteligência com os alunos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

#18 - Joss Stone - Right to be wrong

http://www.youtube.com/watch?v=0_sHGcf8kcI

Erro. Não gostamos dele, por definição é mau, prejudicial podendo mesmo ser fatal. Mas podemos acreditar que este pode ser construtivo, que podemos com ele perceber mais do que chegando à solução boa num primeiro instante, pois percebemos como funciona determinado sistema...gosto do erro e de ser corrigido, ainda que muitas vezes a forma como me corrigem me seja difícil de tragar. respira, respira, sorri e agradece. É um exercício. Não gosto do medo do erro que nos faz parar, não experimentar, não arriscar, com medo de perder tempo, ou qualquer outro recurso. Muitas vezes necessitamos errar o nosso caminho, para encontrar uma coisa que não esperaríamos. Boas surpresas se encontram nas coisas defeituosas, em si mesmo, ou por aquilo a que elas nos remetem, ou conduzem. Gosto de insistir ainda um pouco teimosamente no que me dizem ser um erro, porque e quando estou convicto. Vamos aprender com os erros para não os repetir. E eles vão desde o cair para o chão até à pior das guerras - parece que temos sempre de aprender, nada está ensinado, em cada geração temos de relembrar, que há erros que não se devem cometer, conheça-se a história, tão essencial, para evoluirmos. Ainda assim há algumas ocasiões em que devemos ter a liberdade de dizer "I got the right to be wrong, so leave me alone".

segunda-feira, 11 de julho de 2011

#17 Kings of Convenience - Me In You

http://www.youtube.com/watch?v=C-xYa6k3KuQ&NR=1

No ensino das artes visuais, o que previligiei até hoje está relacionado com a relação professor-aluno. Procuro proporcionar-lhes momentos de observação, interpretação, criação em que se encontrem consigo mesmos. Considero isso o mais importante.
Gosto quando os alunos quase se esquecem que estão numa aula, e se revelam autónomos, críticos, companheiros, e podem conversar entre si, e ao mesmo tempo trabalham, produzem imenso, diria que por defeito sempre coisas a valorizar, que estão bem porque feitas, mas a corrigir de seguida.

Aprendi por mim que devemos estar sempre atentos ao "feedback" que transmitimos aos alunos, e que este deve ter uma frequência constante e curta....aula a aula, devemos sempre acompanhar o aluno - ao mesmo tempo que deixamos o aluno por sua conta, devemos fazer notar a nossa presença, e explicitar que o nosso apoio está sempre disponível. Como refere Luís Picado, se o professor prestar a devida atenção ao aluno (depende de cada um dos alunos com que nos deparamos), o desempenho e motivação pode mudar radicalmente.

ver: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0484.pdf

#16 Darwin Deez - "DNA"

http://www.youtube.com/watch?v=uwKgVXA6kaU&NR=1

Algo natural. Como natural me é hoje estar no sala de aula, perante alunos e trabalhar com estes, evitanto julgamentos não construtivos, tal como entre pares. Dedico esta música para falar de um perfil que penso ter construído e que penso também estar conforme a visão que tenho da carreira. Construtiva de interajuda e aprendizagem mútua.

Durante este ano lectivo penso ter conseguido ter das experiências de crescimento profissionais mais ricas por ter conciliado o curso de mestrado com a actividade lectiva numa escola onde encontrei um ambiente, dentro do grupo de Educação Tecnológica, muito propício à realização de um bom trabalho. Porque havia colaboração, iniciativa de interajuda, troca de informação, trabalho realizado de forma informal, aceitação da opinião de cada um, assistência às aulas, interajuda entre turmas. Neste ano senti verdadeiramente ter contribuído para o desenvolvimento dos alunos, devido a um trabalho preparatório das duas colegas, que me acolheram e à quarta colegas, ambos contratados pelo primeiro ano para a escola. Este acolhimento teve um caracter institucional, mas pessoal, e aqui salienta-se com igual importância as qualidades profissionais e pessoais.

Verifiquei que é essencial a escola possuir metas, objectivos, mecanismos que integrem estratégias, e que tal se reflete em várias escalas e momentos do trabalho de um professor. Mas senti também, sobretudo no final de ano a diferença entre avaliadores objectivos e isentos e outros menos profissionais. A minha avaliadora consegui, por acreditar e saber que não faltava à verdade, evidenciar o bom trabalho que realizei perante a direcção, algo que me orgulhou muito. Por ter sido reconhecido, sobretudo pelos pares com quem trabalho directamente.

Fiquei também com a noção clara de que a avaliação deve ser um processo externo à escola, pois nem sempre se avaliam pessoas com a justiça e parcialidade que se impõe a uma orgão directivo. Reforcei neste final de ano lectivo assim a minha confiança no trabalho que tenho vindo a desenvolver, admitindo que tenho ainda muitos pontos a melhorar, mas que tenho um perfil e postura adequadas ao ensino, sobretudo pelos elogios que os meus pares que se interessaram e demostraram sempre abertos e disponíveis para colaboração me dirigiram, perante outros membros da comunidade educativa.

Terei desenvolvido já o meu DNA de professor?

#15 Garbage - When I Grow Up

http://www.youtube.com/watch?v=TVo69yUncow&feature=related


Quando for grande quero ser….Na verdade houve uma altura em que queria ser muita coisa e depois uma altura em que queria ser coisa nenhuma. Gostava de ser como aquelas pessoas que sabem já desde pequenas o que vão ser e o concretizam com imenso sucesso.

Quando escolhi o agrupamento de artes, para prosseguimento de estudos, foi um pouco por acaso, uma vez que o meu desempenho era bom em todas as áreas, os meus interesses eram variados. Poderá a influência familiar ter pesado para a escolha do curso a seguir, no entanto foi uma continua indecisão, penso, aquilo que me levou a optar pela licenciatura em arquitectura, para a qual eram necessárias médias mais elevadas (que eu garantira).

Poderá ter faltado um pouco de exploração de vocação, quer da minha parte quer da parte da escola. De qualquer modo sempre senti que a minha escolha fora feita fora de tempo, demasiado cedo.

A licenciatura em arquitectura permitiu-me construir uma visão da realidade, que ao mesmo tempo me modelou, e que de mim faz parte, mas por circunstâncias diversas veio a revelar-se que a arquitectura não me realizava. Não me defino como arqutecto e sobretudo não me realizei, por motivos vários, como arquitecto. Há sempre um sentimento dúbio de desistência e fracasso na mudança de profissão (sobretudo quando a primeira é tão conceituada), mas esta com o tempo tem vindo a esbater-se. Na verdade descobri, que todo o meu pensamento, modo de olhar para as coisas faz de mim um arquitecto, …que deciciu ser professor. Assim como um ser híbrido.
Considero que tal percurso me enriqueceu para esta nova profissão, pois consegui aportar uma metodologia, valores, conhecimento científico específicos que agora se operacionalizam e potenciam com conhecimentos pedagógicos.